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Realizou-se no dia 4 de maio de 2018, na Nova School of Business and Economics (Nova SBE), a conferência de apresentação dos artigos vencedores do prémio “Concorrência nos Mercados”, uma iniciativa conjunta do Gabinete de Estratégia e Estudos (GEE) do Ministério da Economia e da Associação Mutualista Montepio.
O evento foi aberto pelo Presidente da Associação Mutualista Montepio, António Tomás Correia e pelo Presidente da ANACOM, João Cadete de Matos, tendo os mesmo procedido à entrega dos prémios.
A conferência contou com a intervenção de Luís Cabral, Professor da Stern School of Business (New York University), sobre “Alguns Desafios da Política de Concorrência no Século XXI”.
O encerramento ficou a cargo do Director Académico do Mestrado em Economia da Nova SBE, Steffen Hoernig e do Diretor do GEE, Ricardo Pinheiro Alves.
No âmbito da referida iniciativa, um dos trabalhos vencedores foi o artigo “Competition effect on innovation and productivity. The Portuguese case”, da autoria de Anabela Santos (Université Libre de Bruxelles), Michele Cincera (Université Libre de Bruxelles), Paulo Neto (Universidade de Évora) e Maria Manuel Serrano (Universidade de Évora).
O artigo tem como objetivo analisar o efeito da concorrência na inovação e na produtividade, em Portugal no período de 2007 a 2015. A análise incidiu sobre uma amostra de 654 empresas, da indústria transformadora, construção, comércio e serviços, construída a partir das bases de dados AMADEUS, Sistema de Informação do Sistema de Incentivos do QREN e do Portal das Finanças. O nível de concorrência foi estimado com base no índice de rentabilidade médio sectorial. O grau de inovação foi medido pelo número de pedidos de registo de patentes e a produtividade pelos indicadores produtividade do trabalho (valor acrescentado por trabalhador) e produtividade total dos fatores (quantidade de produto obtido com os fatores capital físico e humano).
Para a realização do estudo convocaram-se duas abordagens metodológicas: i) um modelo não linear para os dados de painel, aplicado ao número de pedidos de registo de patentes e ii) um modelo linear de efeitos fixos para estudar a produtividade.
Os resultados revelam que o nível de concorrência tem um efeito não linear sobre a inovação, isto é, as empresas só reagem, por via da inovação, quando sujeitas a níveis de concorrência elevados. Sobre o efeito da concorrência na produtividade, identificou-se um efeito positivo na produtividade total dos fatores, associado ao progresso tecnológico, e um efeito negativo na produtividade do trabalho, que parece resultar de uma certa ineficiência no processo de adaptação da empresa à produção de novos produtos.
Artigo disponível em: www.gee.gov.pt?cn=9389AAAAAAAAAAAAAAAAAAAA)